O LUGAR
Para desenvolver o projeto passamos a nos perguntar: “Como seria uma edificação para este lugar?” . Como resposta, tivemos a marcante paisagem montanhosa. Esta, une diferentes povos, cruzando culturas, pois é a mesma e pertence a todos.
A relação arquitetura e paisagem se converte em uma interpretação do desenho do entorno e do vale. Portanto, o natural deu forma ao projeto, e a silhueta do edifício é “somente” mais um layer montanhoso.
O resultado deste projeto é uma experiência física e mental. Uma obra que atinge todos os sentidos, uma obra que chega a simplicidade e ao essencial.
ESTRATÉGIAS DE IMPLANTAÇÃO
ROTA DA SEDA
Bamiyan foi uma importante passagem entre Europa e Índia, na Rota da Seda. Local de intercâmbio cultural e religioso. Inspirado neste trecho da história, criamos um percurso azul (como o céu que reflete na cidade). Este, convida-nos a conhecer o Centro Cultural, se estendendo pelo espaço conectando as áreas, sem início nem fim, como um percurso que induz entrar e sair do prédio, interligando este à cidade.
PAISAGEM CÔNICA X PAISAGEM PANORÂMICA
A edificação esta orientada para capturar as melhores vistas das montanhas, chamamos de cones visuais, estes permitem perspectivas impactantes do ambiente externo. Em contraponto aos cones visuais, foram concebidas 2 praças que promovem contemplação panorâmica da paisagem.
O PROGRAMA
A MATERIALIDADE
O material principal é o tijolo e o barro. Materiais de conhecimento local, muito utilizados na arquitetura ao redor. Assim o provedor e a mão de obra será local. Estes entrelaçam as diferentes classes sociais. O tijolo remete aos afegãos com maior poder aquisitivo, suas residências. Já o barro reflete a população mais humilde. Estes materiais transformam-se em esculturas montanhosas. A resistência da obra foi promovida inserindo estrutura em perfis em aço, o barro e o tijolo serão utilizados com finalidade de fechamento.
PÁTIOS INTERNOS
Este projeto estende-se sobre o terreno, com zonas de pátio em contraponto com zonas fechadas, aumentando a área de ocupação sobre o mesmo. O caminho azul estende-se pelo espaço e conecta o “edifício-paisagem” gerando ambientes protegidos da luz – como é necessário em um museu – mas também zonas ao ar livre, os pátios. N o momento em que o visitante segue o caminho de corredores, ele se mantém recluso como uma pausa para meditar e pensar sobre o que foi visto anteriormente.